sexta-feira, 28 de agosto de 2009

RELATORIO DO GT QUE CONSTRUIRÁ A CIDADE HIP HOP NO ACAMPAMENTO / FSM 2010


Porto Alegre, quinta feira, 20h do dia 20 de Agosto de 2009, na sala Mauricio Cardoso, 4º andar da Assembléia Legislativa, deu inicio a 1º reunião do Grupo de Trabalho que terá como incumbência a construção da Cidade Hip Hop no acampamento da juventude no Fórum Social Mundial de 2010.
Esteve presente o Rapper, Assessor Parlamentar do Deputado Raul Carrion e Vice-Presidente Nacional da Nação Hip Hop Brasil, atualmente Vereador Suplente da Cidade de Porto Alegre, Mano Oxi, a Rapper e Educadora Social Carla Xavier, a Rapper, Educadora Social e Assessora Parlamentar da Vereadora Sofia Cave Don, Ndee-Nani, O Rapper e membro da Associação Militantes da Sul, Clayton Gonçalves da Silva e os Rappers profeta e o Tiago da marca King.
Foi feito uma leitura do relatório da última reunião pela Carla para conhecimento do grupo, Mano Oxi se propôs de fazer o contato com o MTG durante a semana farroupilha para articular a doação de madeiras no intuito de construir a primeira Escola do Hip Hop, no espaço da Cidade Hip Hop, Carla e Nani sugeriram que este espaço pode ser para a realização das festas do hip hop durante a noite e durante o dia ser um espaço de oficinas e debates sobre o hip hop.
Oxi disse que terá que ser feito um projeto onde conste estrutura de som, iluminação para 10 dias de acampamento, e que irá construir o blog da cidade hip hop para disponibilizar os relatórios das reuniões.
Foi dito também para os demais que estavam presente que será 10 dias de isolamento da cidade, portanto é importante trazer barraca e mantimentos, Carla e Nani comentaram que haverá uma alimentação por parte do acampamento as pessoas que estiverem desprevenidas financeiramente, mas quem achar interessante trazer mantimentos poderá ficar a vontade.
Durante a reunião foi comentado que toda a construção da cidade hip hop ficará na responsabilidade das pessoas que estiverem se somando ao grupo de trabalho, porém haverá uma executiva que irá chamar as reuniões e procurar sistematizar os encaminhamentos, Carla comentou que essa executiva deverá ser formada por quem realmente estiver a fim de construir e que tenha tempo disponível para disponibilizar para estar á frente desta construção, Oxi comentou que seria interessante, ter a frente dos trabalhos, militantes do hip hop que estejam com disponibilidade para fazer as mobilizações e que tenham acesso a telefone e internet, para facilitar a comunicação com os participantes que são do estado e de fora dele.
Carla sugeriu que a próxima reunião, ocorra no local onde acontecerá o acampamento da juventude, e comentou que nesta reunião infelizmente não poderá comparecer por já ter outro compromisso, mas solicitou que seja comunicado o rapper e gestor publico Tamboreiro para participar, Ficou acordado que Nani e Mano Oxi estarão presentes nesta próxima reunião, com ponto de encontro ás 10 horas da manhã na estação de são Leopoldo.
Sem mais, demos encerrados os trabalhos por volta das 21h 15 minutos.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CULTURA, SUJEITO E PERIFERIA: UM PROCESSO DE CIVILIDADE.

A breve trajetória humana em seu percurso enfrenta questões ainda insolúveis no que tange as relações sociais, políticas e econômicas na garantia da vida exercida em sua plenitude, onde o padrão cultural de cada indivíduo identifica e personaliza o ser na sociedade. Conceitualmente a cultura é tratada pela ciência de forma peculiar e ainda inconclusiva. Psicologia, filosofia, antropologia, sociologia dentro de seus anacronismos alimentam posições por vezes antagônicas, mas que resultam na afirmação de que os homens são seres culturais por natureza.

A necessidade de adaptar-se fez com que a humanidade constituísse mecanismos específicos no seu processo evolutivo, a fim de garantir as relações sociais como também às naturais. A cultura exerce um papel preponderante nas transformações produzidas a partir da civilidade onde avanços e retrocessos são balizados pelo nível de compreensão dos episódios decorrentes da vida social onde a visão iluminista que entende ”o mundo como constituído de estruturas vinculadas que funcionam em relação umas as outras numa sucessão... e que concede a soberania aos atores e a agencia humana nas explicações da mudança naquelas estruturas”. Numa perspectiva ampliada a identificação do sujeito como o elemento central das relações como o protagonista capaz de promover a partir da sua diversidade as transformações da sua realidade avançando para uma ação coletiva.

Numa sociedade hierarquizada onde é comum ouvirmos, em diversos locais, as pessoas dizendo que fulano ou beltrano não tem cultura. Este é um exemplo claro de ação preconceituosa, etnocêntrica como explica José Márcio Barros antropólogo e Diretor de Arte e Cultura da PUC Minas “A exclusão de certas formas de fazer cultura acaba excluindo os sujeitos dessas formas. Essa frase de levar cultura à periferia mostra a idéia de que não há cultura e que os moradores desses locais não são realizadores de cultura, é uma dupla discriminação no sentido dos lugares e dos sujeitos”, considera o pesquisador, “Cultura é tudo aquilo que é resultado da vida social, da aprendizagem, tudo aquilo que você adquire da sociedade é cultura”, define.

Identificamos o indício de uma ação etnocêntrica, aquela segundo a qual a cultura de uma das partes é sempre considerada melhor que a cultura alheia. “É uma visão etnocêntrica que gera essa idéia de só conceber a sua visão e seus próprios valores, vendo o diferente como desigual e inferior. Essa visão gera uma incapacidade de lidar com as diferenças e desigualdades”, esclarece o antropólogo.

A música, a dança, as artes plásticas, todas as manifestações artísticas encontradas nas vilas e favelas, o que inclui o funk, o pagode e o rap, fazem parte da produção cultural local, assim como as manifestações encontradas nos demais lugares fazem parte da cultura. No entanto, cultura não se restringe a arte, mas abrange diversos campos sociais. Caminhar, trabalhar, namorar, casar, estudar, cozinhar, tudo isto é cultura. “Essa forma de reduzir a cultura à arte, e mais do que isso, às belas artes é excludente no sentido que eliminam uma série de outras manifestações, formas de pensar o mundo e os sujeitos”.

Também o conceito de periferia precisa ser refletido com profundidade, pois se confunde periferia como sinônimo de favela. Por definição periferia é o que esta a margem, mas se observarmos os bairros periféricos onde a renda da população é mais alta, não são designados socialmente pelo termo periferia.

O conceito de periferia é reduzido ao distante, mas a cidade contemporânea não tem apenas um centro. Hoje o termo periferia diz respeito a lugares e sujeitos objetos de abandono das políticas públicas, estão na periferia política e economicamente.

Jailson de Souza e Silva, coordenador da ONG Observatório de Favelas do Rio de Janeiro e professor da Universidade Federal Fluminense reafirma que o conceito de periferia é cada vez mais vinculado à ordem social e ao poder. “O termo periferia está muito marcado pela questão social. Os grandes centros urbanos usam o termo periferia para caracterizar as áreas ao redor do centro que foram sendo ocupadas pelos poderes populares” constata o pesquisador e explica como a periferia é considerada, de forma preconceituosa, um problema social. “O espaço periférico é contraposto a um determinado ideal de urbano ou de civilização, vivenciado por uma pequena parcela dos habitantes da cidade ou da humanidade. Não é casual, então, que ela seja considerada uma disfunção, um problema que afeta a saúde da cidade e o mundo”. Reafirmando o equivoco de se considerar a periferia um local de ausências.

O reconhecimento de que na periferia dos centros urbanos, seus habitantes desenvolvem formas ativas e contrastantes para enfrentarem suas dificuldades do dia-a-dia, de acordo com suas trajetórias pessoais e coletivas, as características socioculturais e geográficas do seu território e a postura assumida pelas suas lideranças e pelas instituições locais, dentre outras variáveis. A superação dos evidentes limites presentes nas condições de vida dos habitantes da periferia é uma necessidade, a ser encarada pelos poderes públicos e pelos setores sociais identificados com a democracia e a justiça social.

A quebra da hegemonia das referências sociocêntricas, pela criação de mecanismos de diagnóstico e definição de ações que levem em conta os saberes construídos pelos moradores, em sua longa e intensa caminhada pela garantia da vida social equilibrada e justa no sentido de elevar a condição humana.

André Soares

GT de Cultura FSM 2010

FONTES:

Jaílson de Souza e Silva – geógrafo, coordenador do Observatório de Favelas e professor da Universidade Federal Fluminense

José Márcio Barros – antropólogo, Diretor de Arte e Cultura da PUC Minas

Ludmila Ribeiro – jornalista, coordenadora das ações de comunicação do Projeto Redemuim, do grupo Criarte

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nosso ponto de partida!!!

Como ponto de partida, trazemos duas questões fundamentais para darmos início a nossas reflexões para contribuição no GT de cultura do Forum Social Mundial de 2010:

Qual é o conceito de CULTURA?

Qual é o conceito de PERIFERIA ?


As respostas serão muitas e é fundamental sabermos o que você pensa sobre este assunto e de que forma você pode contribuir com esta equipe.

Por tanto este será nosso PONTO DE PARTIDA. Foi dada a largada... agora é com vocês!!!

Até breve!

GT de cultura.